Táticas de 'choque' contra a obesidade
Uma campanha com cartazes que retratam uma garrafa de refrigerante despejando banha em um copo é a mais nova arma das autoridades de saúde de Nova York no combate à obesidade.
A estratégia da campanha é promover uma redução no consumo de refrigerantes usando a tática de chocar as pessoas com a força da imagem, que, no caso, vem acompanhada dos dizeres"Are You Pouring on the Pounds?" ("Você está derramando os quilos a mais?", em tradução livre).
Autoridades de saúde de Nova York afirmam que a ideia foi mesmo a de usar uma imagem forte e "feia" para chocar o público consumidor de refrigerantes. "Nós realmente queríamos fazer uma declaração e chamar a atenção das pessoas", afirmou Cathy Nonas, diretora dos Programas de Atividade Física e Nutrição no Departamento de Saúde da cidade. Mas especialistas em propaganda e publicidade questionam a eficácia da campanha.
"Estas imagens parecem tão repugnantes que afastam, você olha para outro lado sem assimilar a mensagem", afirmou George Parker, especialista em propaganda.
Obesidade
Pesquisas recentes mostram que os americanos bebem quase 58 bilhões de litros da bebida por ano. E as bebidas podem contar até 17 colheres de chá de açúcar em cada garrafa de 550 ml.
Em média, os americanos consomem atualmente entre 200 e 300 calorias a mais do que consumiam há 30 anos. Parte da culpa é do fenômeno do aumento do tamanho das porções mas, também devido ao consumo de refrigerantes.
O cartaz no metrô de Nova York é a última de uma série de campanhas do Departamento de Saúde da Cidade que incluem imagens chocantes. Campanhas contra o fumo incluem fotos de uma mulher que teve vários dedos amputados devido a uma doença causada pelo cigarro e um exame raio-X de pulmões afetados pelo câncer.
Neste sentido Nova York vem liderando as campanhas e iniciativas para aumentar impostos para refrigerantes e fast-food e abater impostos para lojas que vendem frutas e vegetais em bairros pobres. A cidade está sendo observada por autoridades de saúde de todo o país.
O prefeito Michael Bloomberg já obrigou cafés, restaurantes e lanchonetes a especificarem a quantidade de calorias nos cardápios, enviou vendedores de frutas para bairros pobres e deu incentivos a pequenas lojas para venderem frutas e vegetais.
Defensores das campanhas de saúde pública afirmam que os Estados Unidos estão vivendo hoje uma epidemia de obesidade que custa ao país US$ 147 bilhões por ano em gastos com saúde. De acordo com as últimas estatísticas do governo americano, 32.2% dos americanos adultos e 17.1% das crianças já são clinicamente obesos.
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