Memórias de uma época - IV

20091230

Raro eclipse parcial da lua cheia

Um eclipse nessa data ocorre somente de 9l em 9l anos

O intervalo médio de ocorrência de duas luas cheias, no mesmo mês, é de 2 anos e 8 meses; mas esse fenômeno, em dezembro (duplas luas cheias) acontece de 19 em 19 anos (p. ex. 1952, 1971, 1990, 2009, 2028...). A segunda lua cheia do mês, nos Estados Unidos, é chamada de Blue Moon (Lua Azul ou Lua Triste) - nomes equivocados (ao meu entendimento), pois não se trata de um luar azul; nada muda. O mês em que este fenômeno mais ocorre é Julho e o mês com menor frequência é Setembro. Há uma interessante tabela das “luas azuis” oferecida pelo astrônomo Irineu Gomes Varella, com as ocorrências em outros meses, e outros dados.

O fato interessante é a raridade de um eclipse ocorrer numa lua azul, no mês de dezembro e à véspera de Ano Novo. Segundo o Millennium Catalogue of Lunar Eclipses (NASA), novo evento deste só daqui a 91 anos, de modo que em mil anos ocorreria apenas 11 vezes.

Simulação do eclipse 31-12-2009Na véspera do Ano Novo, portanto, a Terra faz uma sombra na parte sul da Lua, provocando um elipse parcial de 8%. O evento será visível apenas da Europa, África e Ásia, atingindo seu ponto máximo às 19h24 (Universal Time), mas não deixa de ser um marco especial. Clique na figura para ver simulação.

Apenas para completar o conhecimento, Lua Azul (Blue Moon) era uma expressão da época de Shakespeare que significava algo raro ou absurdo. Vem daí a expressão e tem mais de 400 anos de idade.

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20091226

Desenvolvimento da ciência no Brasil

Num curto espaço de tempo de duas décadas, a produção científica brasileiro subiu de 28 para 17, no ranking mundial da produção científica (artigos, ensaios, monografias, dissertações e teses etc.). O Brasil está à frente da Bélgica, Escócia e Israel, entre outros, e logo abaixo da Coréia do Sul, Suíça, Suécia, Índia e Holanda.

Entre as dificuldades que ainda emperram o desenvolvimento da ciência no Brasil estão a concentração das investigações em universidades e institutos públicos, com uma contrapartida pouco significativa da iniciativa privada, além do fluxo irregular de recursos financeiros.

Astronomia, biotecnologia, física, medicina e pesquisa agrícola são alguns dos segmentos que mais se desenvolveram, projetando o país no cenário internacional. No entanto, outras áreas, como a matemática, de que parte destas pesquisas dependem, ainda não dispõem da quantidade desejável de pesquisadores.

Enquanto comemora conquistas recentes em genômica (DNA) e ingressa no novíssimo campo da proteômica (proteínas), o Brasil faz planos para desenvolver, rapidamente, também o segmento da nanotecnologia .

[Informações do Institute for Scientific Information (ISI), entidade especializada em bibliometria.]

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20091220

Negligência com o pulmão

2010 – Ano do Pulmão: Viva! Informe-se! Respire!


Com o objetivo de conscientizar as pessoas em geral e sensibilizar as autoridades sanitárias e os profissionais de saúde para a importância das respiração, o ano de 2010 está sendo declarado como o Ano do Pulmão.

A campanha mundial 2010 – Ano do Pulmão está sendo organizada pelo Forum of International Respiratory Societies (FIRS) com o apoio de várias instituições especializadas em saúde pulmonar do mundo inteiro, reunidas na 40ª. Conferência Mundial de Saúde Pulmonar, realizada em Cancum (México), no último dia 6 de dezembro.

Os participantes, em Declaração conjunta, reconheceram que, anualmente, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem doenças respiratórias crônicas, que poderiam ser evitadas ou tratadas, e que a saúde pulmonar tem sido bastante negligenciada no discurso oficial.


Estes são os principais pontos da Declaração, que se observa com grande preocupação:
► milhões de pessoas sofrem com problemas respiratórios devidos a doenças como tuberculose, asma, pneumonia, gripe, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e mais de 10 milhões morrem, anualmente por isso;

► doenças pulmonares crônicas causam cerca de 7% de todas as mortes no mundo e representam 4% das doenças humanas;

► doenças pulmonares ou respiratórias afligem pessoas em cada pais e em cada grupo socioeconômico, mas seus efeitos são mais pesados nas pessoas sem recursos, nos idosos, nos jovens, nos imunodeficientes e nos fracos ou desnutridos;

► existe uma fatal sinergia entre doenças como tuberculose e AIDS, gripe (influenza) e asma, DPOC e câncer do pulmão;

► as doenças incidentes nos países industrializados (asma, DPOC e câncer do pulmão) agora também são problemas em países de baixa e média rendas e ameaçam sobrecarregar os serviços de saúde pública;

► com a doença de pulmão são gastos bilhões de dólares por ano em perda de produtividade e despesas de saúde, para não falar de vidas arruinadas;

► a conexão entre respiração e vida é fundamental, mas a evidência mostra que a saúde do pulmão não está no topo da agenda da saúde pública;

► uso do tabaco continua a ser aceito legalmente, ainda que mate mais de 5 milhões de pessoas por ano (incluindo 1,3 milhões que morrem de câncer de pulmão) e afeta a saúde de milhões de outras pessoas que estão expostas aos efeitos indiretos ou secundários do cigarro;

► nos últimos cinquenta anos não foi desenvolvida nenhuma droga nova para a tuberculose e a vacina já tem quase um século de idade, mesmo havendo mais de 9 milhões de novos casos anuais, e morte de 1,7 milhões por uma doença curável;
esta doença curável;

► a pneumonia mata, diariamente, mais de 2 milhões de crianças menores de 5 anos - uma criança a cada 15 segundos - apesar de ser uma doença que pode ser tratada de forma eficaz e barata;

► a maioria das 250 mil mortes por asma, a cada ano, pode ser atribuída à falta de tratamento adequado;

► embora seja a terceira causa de morte no mundo, a DPOC, freqüentemente, não é diagnosticada;

► quase a metade da população mundial vive em ou perto de zonas com má qualidade do ar.

14 de outubro: Dia Mundial da Espirometria
[Espirometria - Exame da função pulmonar. Obtenção de volume, capacidade e fluxo pulmonar, através de um espirômetro (instrumento que mede a quantidade de ar inalado e exalado pelos pulmões)]

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20091219

Devolvendo a visão aos cegos

As fotocélulas transformam a luz em impulsos elétricos que estimulam os neurônios da retina e os transmitem ao cérebro através do nervo ocular.


A evolução eletrônica desenvolveu-se com muita velocidade, considerando as duas últimas décadas, saindo do virtual, do science fiction, para o real, o atual. São realidades os avanços da medicina, a evolução espacial e o aperfeiçoamento dos fazeres, todos baseados em altas tecnologias computadorizadas. A visão é um desses campos, onde a nanotecnologia tem alcançado conquistas cada dia mais promissoras.

Há dez anos, diante das possibilidade abertas pelas próteses eletrônicas de retina, surgiram várias pesquisas, procurando saber o que pensavam os deficientes visuais a respeito do assunto. Pessoas cegas ou com sérios problemas visuais, sofrendo de condições degenerativas da retina ficariam muito felizes se pudessem reconquistar a mobilidade, andar sem auxílio, serem capazes de levar uma vida independente, reconhecer faces e ler novamente.

Hoje, esses desejos viraram realidade, de acordo com uma série de apresentações feitas no simpósio internacional Visão Artificial – que aconteceu, em outubro último, na Alemanha – e com a última edição da revista Der Spiegel, que traz reportagem sobre a mais recente conquista da nanotecnologia ocular.


Com a implantação de um microchip atrás da retina, uma equipe médica da Universidade de Tübingen (Alemanha), conseguiu devolver parcialmente a visão de vários pacientes, que  conseguiram reconhecer objetos e chegaram inclusive a ler letras grandes. Um dos pacientes, com 45 anos, vítima de retinite pigmentosa, desde os 22 anos, foi a grande estrela do experimento. "Com Miika (nome do paciente filandês), conseguimos, graças a esta prótese, ultrapassar a barreira na qual alguém legalmente não é mais considerado cego", disse Eberhart Zrenner, chefe da equipe.

A prótese consiste; de 1.500 fotocélulas instaladas em um microchip de três milímetros, que, em uma operação de quatro horas, é implantado debaixo da retina. As fotocélulas transformam a luz em impulsos elétricos que estimulam os neurônios da retina e os transmitem ao cérebro através do nervo ocular. O chip trabalha como uma câmara digital.

A importância do sucesso nanocirúrgico está no fato deste ser o primeiro experimento do tipo, que funciona sem óculos e bateria, e não apresentar rejeição, o que permite oferecer o benefício ao público (que tiver dinheiro e acesso ao tratamento). Até então, a tecnologia adotada (e testada em humanos), consiste em uns óculos que tem uma mini câmera de TV acoplada e que leva a imagem para um microprocessador que o paciente carrega como se fosse um celular ligado a um cinto e que transmite, como um telefone sem fio, para os óculos remetendo diretamente para um chip que será implantado no fundo do olho. Esse chip transforma as informações em imagens fazendo com que a pessoa volte a enxergar. Um sistema complexo e desconfotável, que a experência alemã procurou superar, e que outros países ainda não conseguiram.

No Brasil, apesar dos avanços nanotecnológicos alcançados pela Universidade de Brasília (UNB), Universidade Presbiteriana MacKenzie (UPM) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ainda não há tratamento seguro para a cegueira causada por doenças, sendo a novidade adequada apenas para pessoas que tem a parte da frente da retina alterada, mas ainda tem a parte de trás, o nervo, em boas condições de funcionamento. “Na maioria dos casos, são aquelas pessoas que nascem enxergando e vão perdendo a visão ao longo da vida", explica o médico Rubens Belfort Junior, presidente do Instituto da Visão da Unifesp. Mesmo assim, o Brasil é, desde agosto passado, o primeiro país da América do Sul a implantar o chip de retina, hoje, possível apenas nos Estados Unidos, México, França, Inglaterra e Suíça.

No entanto, em nível de pesquisa e ensaios clínicos, os cientístas brasileiros estão avançados. Está para iniciar uma experiência, envolvendo médicos e físicos das referidas instituições, que procurará substituir as células de parte da retira por um chip "inteligente", também sem a necessidade de óculos ou qualquer outro aparelho adicional. É o que informa o físico Eunézio de Souza, da Universidade de Brasília, esclarecendo que os atuais sistemas tem vantagens e desvantagens.

O implante retinal – uma placa de microfotodiodos sensíveis à luz, acoplada  à  "fiação" neuronal da retina, que precisa estar ainda intacta, substitui os cones e bastonetes (células da retina  que captam cores e formas) – tem a desvantagem de precisar de muita luminosidade para funcionar, exigindo o uso de uma fonte externa de luz sobre o olho o tempo todo. Já o implante epiretinal exige a presença de uma fonte de energia constante dentro do olho, envolvendo o complicado uso de uma bateria.

A experiência brasileira aposta no chip smart pixel, mais "inteligente" que os utilizados hoje (dumb pixel), capaz de fazer a diferença na hora de perceber o mundo. De toda forma, o sucesso do implante alemão sem óculos é um grande avanço, que brevemente estará disponível ao público.

Além dessas experiências, equipes de pesquisa, na Suíça e no Japão, estão desenvolvendo métodos onde o chip não é mais implantado, permanecendo na derme que protege o olho. Apenas os eletrodos que estimulam as células nervosas da retina são inseridos no interior do olho, por meio de pequenas incisões.

Pesquisadores chineses estão desenvolvendo implantes que estimulam diretamente os nervos ópticos, em vez das células da retina, enquanto uma equipe norte-americana está tentando estimular o córtex visual diretamente no cérebro. Esses avanços antecipam oportunidades promissoras para o futuro recente.

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20091207

Cidade e cérebro são semelhantes

O número de vias urbanas e o número de sinapses neuronais do neocórtex são proporcionalmente similares



A organização das cidades é similar à organização do cérebro e sua evolução reflete a evolução dos cérebros animal e humano. É o que sugeriu um estudo de 60 cidades de porte médio a grande, realizado pelos neurocientistas Mark Changizi e Marc Destefano (2009), do Rensselaer Polytechnic Institute, do Estados Unidos.

Da mesma forma que os mamíferos avançados requerem uma rede neuronal robusta para desenvolver pensamentos mais complexos e ricos, as grandes cidades necessitam de amplas avenidas e sistemas de transporte para ter uma população maior e produtiva. Segundo os citados autores, há uma surpreendente similitude na forma em que as cidades e o cérebro enfrentam as dificuldades para manter uma interconexão sufiente:
... a seleção natural tem guiado pacientemente o desenvolvimento do cérebro dos mamíferos ao longo do tempo, da mesma forma que políticos e empresários vão compondo indiretamente a organização das cidades grande e pequenas.

Quando o cérebro vai alcançando maior complexidade, sua estrutura e sua organização mudam com a finalidade de chegar a um nível ótimo de interconexões neuronais. As neuronas, em cérebros desenvolvidos, estabelecem um maior número de sinapses - que são uniões específicas a determinadas partes do cérebro por meio das quais a pessoa transmite e recebe sinais). Por isso, não bastaria dobrar de tamanho o cérebro de um cachorro (por exemplo), para que este adquirisse as capacidades cognitivas dos humanos, se esse cérebro não processasse conexões neuronais pertinentes.

Nas cidades ocorrem o mesmo: a interconexão é um componente essencial para o funcionamento geral do sistema, que muda com o crescimento da cidade, procurando assegurar sua funcionalidade.

A descoberta de Changizi & Destefano (2009) foi publicada em artigo da revista Complexity: Common Scaling Laws for City Highway Systems and the Mammalian Neocortex (Disponível em PDF) Para os autores
... quando aumentam tanto em tamanho como em funcionalidade, as cidades como o cérebro seguem leis empíricas similares: devem manter um nível fixo eficiente de interconexão para funcionar adequadamente.
[Ilustração: Rensselaer/Mark Changizi]

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20091202

Estação orbital ISS está pronta


Apesar de os vôos espaciais tripulados fazerem parte do cotidiano da imprensa, o crescimento dessas viagens me chama a atenção. É um sobe e desce de naves cujas missões são pouco conhecidas ou divulgadas.

O ônibus espacial Atlantis pousou no aeroporto da Flórida, sexta passada (27 de novembro) encerrando uma missão de 11 dias, cuja finalidade foi a entrega de uma carga de 14 toneladas de alimentos na Estação Espacial Internacional (foto), um dos últimos fornecimentos da Nasa antes de a frota de ônibus espaciais ser substituída por outra aeronave.

A Nasa está construindo espaçonaves do tipo cápsula para substituir os ônibus espaciais, que estão sendo aposentados devido a preocupações de segurança e alto custo operacional. Restam somente cinco missões para completar os 100 bilhões de dólares destinados à estação orbital, um projeto de 16 países que está em construção há onze anos a 355 quilômetros da Terra.

As novas espaçonaves também permitirão à Nasa enviar astronautas à Lua e outros destinos no sistema solar, além da estação.


Acima, uma vista da ISS, mostrando o Estado de Mato Grosso (com rios e afluentes). Para saber mais, visite o Guia de Referência da NASA com informações e vídeos (internos e externos) atuais sobre a ISS.


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Ficam aqui duas questões: Estariam os 16 países-sócios da estação orbital ISS preparando-se para acolher uma população terráquea especial, no caso das profecias maias se concretizarem, em 2012? Quantas pessoas caberiam lá em cima?

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Casas à prova de enchentes


Existem no mundo, em execução, centenas de projetos inspirados nos prognósticos para o planeta, a partir de 2012. É o caso do projeto habitacional "Cidade Flutuante", idealizado pelo arquiteto holandês Adri Van Oojen, que saiu do papel em 2004 e já tem construídas 14 das 45 casas previstas.

Essas casas anfíbias possuem mecanismos hidráulicos capazes de elevá-las cinco metros acima do nível normal, em caso de cheias. Elevadores facilitam a flutuação da supermoradia, que tem fundações de concreto (que servem como âncora) e área habitável de madeira, mais leve. Segundo Marianne, esposa de Van Ooje, "é agradável para viver e totalmente à prova de enchentes".

Casas como a dos Van Oojen são a ponta visível de um projeto mais ambicioso da companhia Dura Vermeer, que as ergueu: a construção de cidades flutuantes na Holanda. Um programa espetacular, que prevê a entrega de 12 mil casas anfíbias, está em estudo. O local escolhido é o entorno do aeroporto da capital, Amsterdã.

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20091201

Primeiro navio vertical do mundo

Num futuro bem próximo, a estação oceanográfica batizada de SeaOrbiter, vai inaugurar uma nova maneira de explorar o fundo do mar. O projeto de 35 milhões de euros, do arquiteto francês Jacques Rougerie, 64 anos, terá uma estrutura que, ao contrário das atuais estações submarinas, será móvel e poderá navegar pelos oceanos e mares.


O SeaOrbiter vai oferecer uma presença móvel permanente com uma janela para tudo o que está abaixo da superfície do mar (...) Atualmente os oceanógrafos só podem mergulhar por curtos períodos de tempo e depois têm de ser trazidos para a superfície.

A estação oceanográfica terá 51 metros de altura, apreseentando uma parte submersa e outra fora da água, onde serão instalados equipamentos de navegação e comunicação.

[PNN Portuguese News Network]

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Estatísticas mundiais

Estas estatísticas são aproximações baseadas em dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), CIA Factbooks e US Census Bureau, entre outras instituições que fazem levantamentos sobre os diversos itens mostrados. Devido à dinâmica das datas é possível que alguns dados se apresentem contraditórios e não se atinja a acurácia pretendida. Por isso é bom comparar os dados e as informações com outras fontes. O Relógio Mundial e a Calculadora são criações de Poodwaddle.

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